sábado, dezembro 06, 2008

À Espera do Príncipe no Cavalo Branco

Estou lendo " Eat, Pray, Love" , da Elizabeth Gilbert, e logo nas primeiras páginas a personagem entra em surto em uma madrugada. Casou-se há pouco tempo e agora chegou "a hora" de ter filhos. Então ela chega a seguinte conclusão: que, enquanto ela se sentir da mesma forma com relação a ficar grávida e a viajar para a Nova Zelândia, ela não poder ser mãe.

Bom, mas onde eu estou querendo chegar. Estou querendo chegar que, ainda nos dia de hoje, somos meio que pressionados a desempenharmos determinados papéis. Como se tudo tivesse tempo exato para ocorrer. Ou o que é pior. Como se o modelo de felicidade de um ou de outro fosse o modelo de todos. Até porque felicidade, pelo que eu sei, também não tem nada a ver com modelos ou padrões.

O caso todo é que infelizmente muitas pessoas esperam de si, ou melhor, esperam das suas vidas e das vidas alheias que, quando se chega aos 20 e poucos tu já tenhas uma profissão, ou pelo menos quase isso, encontres o amor da tua vida e a partir daí te prepares para morrer! Sim! É exatamente isso que eu penso! Porque, a partir daí, é como se as coisas já estivessem meio que traçadas. Daí tu te formas, casas ou vais morar junto e depois vêm os filhos. E o mais incrível, é que, se alguma dessas etapas não forem "perfeitamente" preenchidas, podes ter certeza que te farão muitas perguntas. As pessoas da família, os amigos, os vizinhos, o porteiro, sabe-se lá quem mais. Todo mundo quer saber. Fala sério pessoal!

Primeira coisa que isso de um amor único eu não acredito muito, de qualquer forma, acho que há pessoas que se gostam o suficiente para permanecerem juntas por muitos anos. Acredito mais em momentos, fases. E penso isso porque vejo o ser humano como um ser muito mutável.

Segunda coisa: casar ou ir morar junto. Não sei quanto a você, mas eu gosto muito de ter minhas coisinhas sabe. Tudo bem. Tenho um perfil egoistinha. Sei lá. Acho que essa distância que permanece entre os casais pode ser muito sadia. De verdade. Acho que dá mais sabor às pequenas coisas.

Terceiro: ter um filho. Olha, estou para dizer que tem muita gente aí que não deveria "cumprir" essa etapa biológica. Há pessoas que não conseguiriam cuidar nem de um cactus! Quanto mais de uma criança!

Bom, mas essas eram apenas algumas das minhas divagações. Por vezes elas me tomam. De qualquer forma, não sou uma pessoa completamente desacreditada, só acho que, por muitas vezes idealizamos algumas coisas demais. Mas não tem nada não. O vida é boa do jeito que ela sabe ser. Claro que somos responsáveis por aquilo que fizemos, não acredito em destino já traçado. Agora que nem toda mocinha espera pelo príncipe do cavalo branco, ah...isso tenho certeza que não!

2 comentários:

Anônimo disse...

E então? Já encontrou o príncipe? Na verdade acho que os príncipes não existem; nem as princesas. Existem pessoas que se combinam bem, outras nem tanto. De qualquer forma, ótimo seu texto! Fez-me lembrar do estilo de uma mulher encantadora, inteligente e belíssima. Um delicioso e platônico mistério inexplorado. Um grande abraço.

Lenna disse...

"O vida é boa do jeito que ela sabe ser."
Venho pensando exatamente nisso. O quanto a gente quer que a vida corra por certo trilho e fica meio neurótico, tentando controlar tudo, perseui coisas que ouvimos que devem fazer parte de nossa vida, mesmo que olhemos pro lado e vejamos quase todos muito decepcionados, principalmente os que escolheram as trilhas mais óbvias. A gente fica com tanto medo de tentar seguir nosso próprio curso, que acaba escolhendo estes pacotes 2 estrelas. Enfim, coragem a todos nós.