domingo, março 29, 2009

Vermelho 12

Sempre ouvi dizer que para resolvermos algum problema precisamos, primeiramente, refletir sobre ele. Será mesmo verdade? Ao que tudo indica essa é a solução. Queria por vezes jogar os dados e apostar tudo no vermelho 12. Se não ganhasse, poderia culpar o azar. O azar teria me boicotado. A franca verdade é que eu me boicoto. Bloqueio-me. Quanto mais perto chego daquilo que desejo, mas me fecho. Medo de perder? Medo de me machucar? Bem provável. E como arriscar sem correr o risco? Impossível. Tenho de dar cara a tapa. Expor-me. Desnudar-me. Saí ferida? Faz parte do jogo. O jogo está aí para ser jogado. Ganhar ou perder é conseqüência. Conseqüência dos meus atos? Pode ser. Aliás, bem provável. E os desafios da vida são justamente feitos disso: um jogo matemático de probabilidades. Talvez seja por esse motivo que ficamos com medo. Geralmente, quando pensamos em uma saída, temos na mão uma meia dúzia de possibilidades, quando muito. Aos poucos, vamos selecionando e excluindo as possibilidades e, invariavelmente, ficamos com apenas duas. E qual a surpresa? Muitas vezes a saída surge de onde menos esperamos. De onde menos pensamos. Então, por que pensarmos tanto? Porque sempre queremos prever nosso futuro. Evitar nossos sofrimentos e frustrações. Mas a bem da verdade é que nada é certo, determinado ou garantido. Por vezes, perdemos o bilhete premiado e, por outras, este vem voando e cai em nosso colo. E isso, é justamente isso que nos amedronta, nos estaciona, nos movimenta, nos seduz.