segunda-feira, agosto 24, 2009

Será?

Pressa. Pressa de que os dias passem, que as coisas mudem. Talvez seja o período de mudanças que está por vir. Uma nova página que será apenas uma continuação da já existente. Um novo capítulo, quem sabe. Ando mais pensativa, reflexiva e crítica sobre mim mesma. Sobre o mundo. estranho. A mudança. O receio do novo e o peso de novas responsabilidades. Inquietudes que me renovam. Que que inovam. Menos de 4 meses e quase já 4 meses. O bilhete está na gaveta.

domingo, março 29, 2009

Vermelho 12

Sempre ouvi dizer que para resolvermos algum problema precisamos, primeiramente, refletir sobre ele. Será mesmo verdade? Ao que tudo indica essa é a solução. Queria por vezes jogar os dados e apostar tudo no vermelho 12. Se não ganhasse, poderia culpar o azar. O azar teria me boicotado. A franca verdade é que eu me boicoto. Bloqueio-me. Quanto mais perto chego daquilo que desejo, mas me fecho. Medo de perder? Medo de me machucar? Bem provável. E como arriscar sem correr o risco? Impossível. Tenho de dar cara a tapa. Expor-me. Desnudar-me. Saí ferida? Faz parte do jogo. O jogo está aí para ser jogado. Ganhar ou perder é conseqüência. Conseqüência dos meus atos? Pode ser. Aliás, bem provável. E os desafios da vida são justamente feitos disso: um jogo matemático de probabilidades. Talvez seja por esse motivo que ficamos com medo. Geralmente, quando pensamos em uma saída, temos na mão uma meia dúzia de possibilidades, quando muito. Aos poucos, vamos selecionando e excluindo as possibilidades e, invariavelmente, ficamos com apenas duas. E qual a surpresa? Muitas vezes a saída surge de onde menos esperamos. De onde menos pensamos. Então, por que pensarmos tanto? Porque sempre queremos prever nosso futuro. Evitar nossos sofrimentos e frustrações. Mas a bem da verdade é que nada é certo, determinado ou garantido. Por vezes, perdemos o bilhete premiado e, por outras, este vem voando e cai em nosso colo. E isso, é justamente isso que nos amedronta, nos estaciona, nos movimenta, nos seduz.

domingo, fevereiro 01, 2009

...

preciso da simplicidade dos sentimentos. o mundo anda muito complicado. quero voltar para casa. encostar a cabeça no teu peito. dormir com meu amor.

quarta-feira, janeiro 28, 2009

Do Aparente Descontrole.

você veio me visitar e nem marcou hora. chegou de pronto. me arrombou. de mim roubou um pouco. tenho do que sinto. daquilo que posso querer fazer. esse rompante que começa a criar corpo. se agiganta. ganha força. essa falta de controle me assusta. essa imensidão e intensidade de sensações me alucinam. dia e noite. nos meus sonhos. no primeiro pensamento que tenho no dia. no último pensamento antes de adormecer. tormento? talvez. na verdade acho que não. quem sabe seja meu jeito meio torto. quem sabe seja meu modo meio bobo. não sei. só sei que quero me perder. a partir de agora.

terça-feira, janeiro 27, 2009

O Caso dos Gêmeos

Segunda-feira, 5 de março de 2007. Início do ano letivo. Laura estava ansiosa. Não sabia ao certo o porquê. Apenas uma sensação de Ano Novo. Mas naquele ano um fato a deixava mais inquieta. Haviam lhe dito que ela teria colegas gêmeos. Ela nunca vira 2 pessoas gêmeas ao vivo, ainda, que previamente, tivesse procurado saber o que eram pessoas gêmeas. Na noite anterior, ela procurou que sua avó. Certamente a avó era a pessoa mais indicada para ajudá-la, já que sua avó era a pessoa mais velha que conhecia. Se Dona Cândida nunca tivesse visto duas pessoas gêmeas quem mais poderia? A avó estava na sala a ver TV. Laura chegou de mansinho e sentou ao seu lado.

- Que houve minha filha? Queres alguma coisa da vó?

- Quero sim. Quero saber se já viste duas pessoas gêmeas.

- A minha filha. A vó já viu tanta coisa nessa vida...mas tanta que nem podes imaginar. A vó já viu duas pessoas gêmeas sim. Mas isso faz muito tempo. Vi quando era menina. Assim como és agora.

- É vó? - disse Laura com os olhos curiosos - E como eram?

- Ah minha filha. Os gêmeos eram muito iguaizinhos. Tão iguaizinhos que chegavam a confundir as vistas do povo.

Naquele momento, ali na sala de aula, a conversa que tivera com a avó no dia anterior martelava na cabeça de Laura. Como seria possível duas pessoas serem iguais? Aquilo, em realidade não fazia para ela muito sentido, afinal, ainda outro dia, seu pai havia lhe dito que ela era sua filha amada e que não existia ninguém igual a ela. Quem estaria certo? O pai? A avó? Provavelmente a avó, porque essa havia vivido mais. De qualquer forma, ela queria ter certeza com seus próprios olhos. De repente, entram os gêmeos na sala de aula. A avó estava certa. Aqueles dois meninos eram idênticos. Como era possível existirem duas pessoas iguais!

Chegou então a hora do recreio, e Laura decidiu que devia olhar aqueles meninos mais de perto. Ambos estavam sentados na escada e lá foi Laura para certificar-se. Ao se aproximar, qual não fora a sua surpresa. Bernardo e Pedro não eram tão iguais assim. Bernardo tinha olhos azuis. Pedro, verdes. Bernardo era mais falante. Pedro, mais calado. Laura, então, começou a pensar que seu pai é quem estava certo. Será?

No final da manhã, Laura voltou para casa e decidiu que aquela dúvida tinha que acabar. Como de costume, resolveu passear pelo quintal de casa que, segundo ela, era não apenas um lugar muito bonito, mas excelente para se ter boas idéias.

Ficou durante alguns instantes sentadinha perto da porta, à espera da idéia luminar que sanaria suas dúvidas. A idéia, porém, não vinha. Laura avistou uma abelha que sobrevoou perto dela e pensou, que porventura, a abelha a levaria onde sua resposta pode estar. A menina saiu correndo atrás da abelha e essa a conduziu a um dos canteiros de flores. Laura se decepcionou. Essa abelha não sabia de nada. Sabia menos que ela. As flores eram todas iguais. Com certeza a abelha não vira na sua vida duas pessoas gêmeas. Que tinham aquelas flores a ver com os gêmeos? Laura já estava desolada quando se deu conta de sua descoberta. As flores, mesmo que sendo todas do mesmo tipo, eram diferentes! As rosas não eram todas iguais. Nem mesmo as orquídeas ou as margaridas. Laura, nesse segundo, deu um gritinho de alegria. Nem seu pai ou sua avó a haviam enganado. Provavelmente sua avó, quando vira os tais gêmeos, tenha os visto apenas de longe. E seu pai, no entanto, dissera aquilo a ela porque ela estava bem pertinho, sentada no seu colo.
É, realmente por vezes a gente pode se enganar, pensou Laura, mas basta um único piscar de olhos para tudo mudar. Até porque, na maior parte das vezes, aquilo que vemos, depende da distância e da forma como nossos olhos nos permitem e querem ver.

domingo, janeiro 25, 2009

Dos Encontros.

lembro daquele dia no café. te quisera. tão ardentemente que não sei como, nem onde, nem por que. quero sentir-te dentro de mim. tua ternura, teu toque, teu sentimento. teu jeito tolo. teu jeito todo. quero teu sangue. teu suor. teu cheiro. teu envolvimento. teu calor. como um anoitecer espera a chuva. senti teu abraço. teu corpo. teu amor. teu desejo. me entendes. me descobres. me devoras. porque és meu início. meu fim. minha falta de sentido. meu sentido sem razão.

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Do Fugidio.

Verte, transborda, transcende. O amor é grande demais. Demasiadamente intenso. Penso. Perco. Corro. Desencontro. Sinto. Sinto muito não ter sentido mais. Mais do que eu era. Mais do que eu fui. De súbito. Abaixam as cortinas e apagam a luz.