sábado, novembro 08, 2008

no descontrole do controle

Em uma cidade qualquer. Uma mulher escolhe uma roupa em frente ao espelho. Posso colocar essa blusa com essa calça ou com essa saia. A bolsa será a vermelha e o sapato pode ser esse. Não. Acho que irei com a blusa lilás e com a calça branca. Não gostei. A mulher olha pela janela. Sol e poucas nuvens. Será um dia quente. Apesar que ouvi que podia chover. Trocarei de roupa de novo. Essa me deixa gorda. Com certeza essa não. Será que no fim do dia hoje vai ter aquele happy hour. Trocarei de roupa de novo. Tá. Vou com aquela que vi da primeira vez. Droga. Já estou atrasada.

Será que nunca conseguimos fazer as coisas mais simples? Estava a me questionar isso hoje. Temos a tendência de complicarmos tudo. Ainda que sempre queiramos que as soluções sejam simples. Mas não. Temos a eterna mania de pensarmos em todos as possibilidades. O fato é que nunca conseguimos pensar em todas as possibilidades. Tentamos ter o controle. E, à medida que imaginamos estar pensando em todas as probabilidades, até cremos que de fato somos capazes de fazer a banda tocar no nosso compasso. Ledo engano! O imprevisto. Que por tantas vezes nos deixa louco. Joga tudo para o ar. Tira o trem dos trilhos. Mas o imprevisto pode ser muito útil. Pode fazer com que troquemos de rumo. Conheçamos novas pessoas e caminhos. Mudemos nossas vidas.

Talvez tentemos ter tudo sob nossos olhos com o medo de perdermos um pouquinho de tudo. Mas não é possível. Até porque, quando optamos por esse e não por aquele, já estamos deixando o aquele de lado. E daí, o aquele já não nos pertence mais. Fica fora de controle. Complicado demais? Talvez.

Só sei que em muitas vezes a vida nos joga muito longe dos objetivos que tínhamos. E isso nem sempre é ruim. Precisamos aprender com todas essas mudanças. Precisamos fazer uso de tudo isso para formarmos a visão que temos do mundo. Para permitirmos que o descontrole também comece a controlar a nossa vida. E isso, quem sabe, pode dar certo.

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